sábado, 17 de agosto de 2013

“Que tal você começar escrevendo ‘meia noite em Paris’?”


Meia-noite de sexta-feira, boulevard Jourdan, 14º arrondissement. É difícil, supomos (ainda estamos por aqui no campo da suposição, já que só completamos por enquanto cinco dias de viagem – e por enquanto a viagem é quase ainda um tempo de turista), escrever sobre VIVER EM PARIS e não soar pedante. (Supomos também que ao cabo do primeiro mês – com os gastos na ponta do lápis se tornando realidade – poderemos ter o real quadro do que é viver nessa cidade).

Jardins de Luxemburgo: muito quente

É evidente, entretanto, que a vida aqui é diferente em muitos sentidos. Em todo lugar por onde passamos, até agora, havia algo o que ver, onde ou porque parar em silêncio e observar. Das avenidas com os prédios e suas chaminés que remetem à época em que a calefação era à lenha, ao verde por toda a parte, à integração da cidade com o rio Sena, ao estímulo à vida na rua, ao uso do transporte coletivo e etc. (à parte, é claro, todas as belezas óbvias: o Louvre, a Notre Dame, a torre e etc e tal).

Uma coisa que chamou atenção foi a relação das pessoas com os parques e a leitura. Em todo parque há uma multidão de cidadãos tomando sol e lendo. Obviamente há aqueles que vão somente para tomar sol, mas o volume de leitores é muito grande.

“Baita clichê!”, alguém vai gritar. É um clichê considerável dizer que o europeu deita na grama do parque no verão e fica lendo ou fazendo piquenique. Vimos isso nos jardins de Luxemburgo, um conjunto anexo ao palácio do mesmo nome construído no século XVII; no jardim das Tulherias, parte do palácio de Catherina de Medici, “rainha consorte da França” no século XVI; no parque Montsouris, aqui ao lado da cite universitaire e em outros lugares. Em Paris a coisa parece mesmo séria.

Conversando com um jornalista brasileiro por aqui, casado com uma estrangeira, ele nos conta que se impressiona sinceramente com os próprios filhos: “nos seus nove ou dez anos, eles já adquiriram uma cultura e uma curiosidade sobre conhecer as coisas que eu não tinha nessa idade e fui ganhar muito depois”.


Não achamos que viver o dia a dia aqui para a imensa maioria das pessoas (que não sejam por exemplo um casal de estudantes com relativa tranquilidade) seja exatamente um sonho, que a França seja ideal, que não existam inúmeras questões (derivadas hoje, por exemplo, da austeridade de governos que assola a Europa e que tem neste país um exemplo muito forte, mesmo existindo aqui um governo de esquerda) ou coisa parecida (até porque, voltemos ao começo desse texto, nem estamos aqui há tempo suficiente), mas... est baise!

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A cidade não tem somente um sistema de aluguel de bicicletas que permite que você ande pra lá e pra cá o dia todo pagando quase nada. Tem também um sistema de EMPRÉSTIMO DE CARROS ELÉTRICOS. Quando na “Zona 1”, você pega o carro em um lugar, onde ele fica amarrado com uma corrente, e entrega em outro. São uns carrinhos elétricos engraçados, cinza, Autolib (a bicicleta é Velib).

Obviamente estão concentrados nas zonas próximas ao centro, ao quartier latin (o “zero” de Paris), e não nas periferias (isso não deveria ser assim, obviamente).



Especulamos sobre empréstimo de carros: já que a prefeitura (“mairie” de Paris) não pretende, por óbvio, botar carros pra rodar na rua e gerar tráfego, porque emprestaria carros pra quem vive por aqui? Uma possibilidade é que o sujeito que use a bicicleta pública e o metrô no seu dia a dia e eventualmente precise transportar algo não vá querer entrar no metrô carregando uma escada ou um criado-mudo. Aí então ele PEGA EMPRESTADO o carrinho cinza e faz o transporte. Outra possibilidade é permitir que as pessoas deem umas bandas até a alta madrugada ou em cantos mais distantes da cidade. Vamos averiguar. Ou não.

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3 comentários:

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  2. Meninos, que delícia!!!! deu até para sentir o calorzinho do sol parisiense!!!! beijocas

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