Há um mês, embarcamos em Guarulhos para nos aventurarmos no velho mundo. Muitas expectativas, muitos preparativos, muitos estímulos e apoios!
Cá estamos, vendo a cidade se despedir do verão, o final das férias e o início dos trabalhos.
A cidade é realmente linda, cheia de cantos pitorescos, surpresas históricas e bonitezas de vários tipos.
Com a chegada do frio, entendemos porque vimos tanta gente esticada nos jardins e parques a todo momento nos dias de sol. Porque tantas refeições e leituras ao ar livre, grupos sentados e crianças correndo na grama, realmente qualquer grama que se via pela frente, embaixo do sol.
A Cité Universitaire é um grande parque cheio de bonitos prédios (chamados de Maisons), de vários estilos arquitetônicos, alguns assinados por nomes famosos, onde moram cerca de 5 mil estudantes. Universitários, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos de várias partes do mundo. Há aqui uma bonita biblioteca, alguns restaurantes e cafés, quadras esportivas e um piscina interna no porão do prédio central, que ainda não conhecemos. Muita gente, correndo e fazendo exercício o dia todo, meio como na USP.
Há alguns cursos de lingua, alguns ateliês para artistas, salões para encontros (que alugam para eventos externos também) e um centro de estudo de linguas, onde é possível participar de grupos de conversação em francês (eu tenho participado, são bem interessantes).
Aqui não é uma universidade, mas um grande condomínio de moradia para estudantes estrangeiros, fundado no começo do século, no qual os respectivos países construíram, em parceria com a Université de Paris, suas Maisons. Estas acolhem 70% de estudantes da própria nacionalidade e 30% de outras, para estimular o intercâmbio.
A Maison du Brésil é cheia de brasileiros, e a lingua oficial é o português, o que tem reduzido um pouco nossa vivência da língua local, mas são todos acolhedores e atenciosos. Além disso, há uma moça, Jane, que recolhe nosso lixo diariamente, "faire la menage" semanalmente, e "change les draps" quinzenalmente. Ela é muito atenciosa e simpática, sempre fala "bon jour" com uma sonoridade que parece um canto. Ela é do Togo, na Africa Central, como muitos que conseguiram vir tentar a vida na Europa. A língua oficial de Togo é o francês, mas o país foi uma colônia alemã, e segundo Jane, foi formada pela "mesma gente" do Senegal e de Mali (entendi que ela se referiu ao grupo étnico).
Nessa mensagem contamos um pouco da experiência de viver na Cité. Vamos ver os temas para as próximas!
Obs. Comemoramos 1 mês em Paris em um restaurante tibetano no Quartier Latin, muito gostoso.